sábado, 15 de março de 2008

Nem factos, nem geometral, somente intrigas

(Tah aí o resumão do trabalho de Orávio, que nós prometemos colocar no blog, bjuhs)
>A história não existe de fatos isolados, o historiador sempre encontra os fatos completamente organizados em conjuntos onde desempenham o papel de causas, fins, ocasiões e efeitos. Segundo Paul Veyne a “nossa própria existência, em suma não nos aparece como uma constelação de incidentes atômicos” tem um sentido no seu conjunto par que nós possamos compreendê-la, sendo assim a história é feita da mesma forma que a vida de cada um de nós.

O historiador procura dentro do campo do acontecimental os fatos de mais valores (que seria a relação de valor + importante). Para se escrever a história é necessário que o historiador escolha um fato dentro da história, buscando colocar aquilo, que para ele é o mais importante, ou interessa mais a sua ideologia. Desta forma quando um historiador for pesquisar, explicar ou falar a história sempre vai começar com aquilo que é mais importante, no seu ponto de vista.

Os historiadores contam fatos, que em suas vertente são um infinito de intrigas, como outros tantos itinerários que traçam à sua maneira de ver através do campo dos acontecimentos.

Os acontecimentos não são coisas, objetos consistentes, substâncias, são um corte que operamos livremente na realidade, um agregado de processos onde agem e padecem substanciais em interação, homens e coisas.

Neste capitulo (cap. 3) Paul explica que a história, o fato é formado de várias intrigas (fatos menores e relevantes), pois cada historiador tem o seu ponto de vista sobre a mesma história. Sendo impossível de se construir uma história completa, pois estará cheia de lacunas, devido à fragmentação dos acontecimentos. Mas o geometral (a história completa) “só pode ser visto por Deus”, porque só ele poderá ver todos os ângulos, e para o historiador é impossível abordar todas as intrigas de um fato, a totalidade da história, mostrando que esta jamais poderá ser autêntica. E devido à impossibilidade do historiador de expressar toda veracidade de uma história, ficam então as lacunas que são aproveitadas por cada historiador, onde cada um tem uma versão das diversas intrigas que uma história pode ter.

O que atrapalha o historiador às vezes quando vai relatar o fato, e que no campo acontecimental, na maioria das vezes faltam recursos, por exemplo, quando se vai a um lugar para pesquisar, estudar algum fato histórico, não encontra nada completo, apenas fragmentos. A história não se fecha, deixa buracos, até porque o historiador não pode fechar uma história se inexistem fatos que a comprove.

Os caminhos tomados por cada historiador são todos legítimos para um mesmo fato histórico, mas as intrigas são muitas para o mesmo fato. Por que? Cada fato existe universalmente por uma margem implícita (não esta muito clara), mas a sua flexibilidade dá ao autor, ou historiador a condição de molda-lo em sua visão crítica. Daí uma dificuldade coerente para o mesmo fato ou intriga no campo dos acontecimentos.

Quando vamos explicar a história decorremos o fato sob a perspectiva de grau de importância: do mais importante para o menos importante o que não as difere uma das outras, porque estão ligadas e são imutáveis.

O realismo ordena a atividade científica, essa atividade é mais ou menos imperfeita, mas sem o realismo tornar-se-ia incompreensível o historiador não se interessar. O que trata do homem em grupo interessa mais ao historiador, a história das sociedades e civilizações.

O que favoreceu muito ao historiador com o passar dos tempos foi o aperfeiçoamento através do processo etnográfico, que nada mais é do que, do que completar a história no campo da imagética. Porque uma história com lacunas já se torna difícil completar o campo do acontecimento, mas a imagem veio para da a estrutura que faltava aos historiadores.

Os valores são medidos sob a ótica do historiador que prefere elevar a importância, por exemplo, de um rei a um vassalo. Tudo na história é contado sob o ponto de vista do historiador, que define o que é mais importante dentro do fato.

Quando falamos em teoria dos valores ou axiologia, entretanto, também nos defrontamos com uma multiplicidade de conceitos postulados por diferentes correntes filosóficas. A história axiológica, é a história das obras que merecem permanecer, para serem mostradas por sua completude e por seu valor histórico. Essa história é construída tendo como base uma escala de valores. O que determina que os autores são dignos que falem desses fatos, pois exige bom gosto.

Equipe: Dorlany Del’ Esposti, Filipe Oliveira, Leonardo Alvarenga, Luciano Viviani

7º período de Jornalismo – Técnica de Reportagem III

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