Há um mês, a mídia não fala de outra coisa a não ser da misteriosa morte da menina Isabella Nardoni. O caso ainda rende manchetes. Versões e provas surgem a cada dia e viram notícias. Os principais jornais, sites e canais de TV trazem no mínimo duas matérias sobre o caso.
Provas, perícias, reconstituição, uma mega-operação da polícia para descobrir a verdade. Existem muitos envolvidos, seja emocionalmente ou criminalmente, e a reputação de todas elas está em jogo. Em casos como este, acusar é grave. E sair noticiando tudo também é perigoso.
Vale lembrar o caso Escola Base, em São Paulo. Até hoje aquela família não conseguiu se recuperar da vergonha a que foi submetida pela mídia. Todos da família foram acusados de abuso sexual por pais de alunos, tiveram sua escola fechada e depredada. Escola Base também foi um caso da moda e a imprensa aprendeu com ele, aprendeu a se conter e não sair divulgando tudo o que ouvia. Aprendeu que os fatos vão aparecendo e o rumo das investigações vai mudando. O acusado de hoje pode ser o inocente de amanhã.
Os meios de comunicação têm o objetivo de informar. Mas, quando surge um assunto de repercussão, não pára de noticiá-lo, não se ouve ou lê outra coisa que não seja o "caso da moda". Qualquer nova informação vira notícia. O caso Isabella veio para tirar o destaque da dengue no Rio. Até onde o caso Isabella vai render? Até surgir um novo fato para que este seja substituído.